Depois de um final de século XX com uma crise sem precedentes na indústria têxtil que levou ao encerramento de centenas de fábricas e o despedimento de milhares de pessoas, a primeira década do século XXI caracteriza-se por uma recuperação deste setor marcante da economia da região.
A INDÚSTRIA laneira produz mais de 40.000 quilómetros de tecidos por ano, o que corresponde a mais de uma volta ao mundo pela linha de Equador. A afirmação, no mínimo curiosa, é do presidente da Câmara da Covilhã. Vítor Pereira pretende, deste modo, realçar a importância dos lanifícios para a região e, particularmente, no caso do concelho da Covilhã. Onde ainda subsistem as maiores unidades deste subsetor do País e até da Europa.
“Há muita gente que pensa que a têxtil está morta mas por muito que lhes custe continua a ser a primeira indústria da Covilhã e mesmo em toda a região do interior”, reforça o presidente da ANIL-Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, o único organismo empresarial nacional que se encontra sediado na cidade da lã e da neve. Os lanifícios, aliás, representam mais de 50 por cento do volume de exportações do concelho, fundamenta José Robalo. O líder da associação dos patrões dos lanifícios considera que existe “uma retoma” neste subsetor que continua a ser relevante para a economia nacional e tem o maior peso na regional, atingindo, em 2014, cerca de 300 milhões de euros de exportações. As contas de 2015 ainda não foram fechadas mas José Robalo prevê que possam atingir valores superiores. “Os dados até outubro permitem-nos dizer que esse montante poderá subir”, sublinha .